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Diástase do músculo reto abdominal

CIRURGIAO PLASTICO CURITIBA Felipe Xavier

Introdução

Em uma entrevista conduzida pela apresentadora Fernanda Gentil, no quadro “Mamãe Gentil”, a renomada cantora Sandy compartilhou sua experiência após o nascimento de seu filho Théo, ocorrido em 2014. Durante a conversa, Sandy revelou que enfrentou o desafio da diástase abdominal após o parto, uma condição caracterizada pela separação dos músculos retos do abdômen. Com franqueza, ela descreveu: “Eu tive diástase, que é quando os músculos se afastam. Estou trabalhando incansavelmente na minha musculatura abdominal até hoje, com o objetivo de restaurar a firmeza da minha barriga, uma vez que persiste um espaço entre os músculos.”

Essa entrevista suscitou um amplo debate e gerou significativo interesse entre mulheres que já passaram pela gravidez ou estão planejando engravidar. Diante disso, elaboramos este material abrangente com o intuito de oferecer informações detalhadas sobre a diástase do músculo reto, elucidando suas causas, sintomas, tratamentos e estratégias para uma recuperação eficaz.

O que é diástase dos músculos retos abdominais?

A diástase do músculo reto abdominal é caracterizada pelo afastamento dos músculos retos abdominais, que se encontra na região central do abdômen. Embora seja natural que haja uma separação leve entre o músculo reto abdominal direito e esquerdo, em algumas circunstâncias, essa separação pode se acentuar e resultar não apenas em preocupações estéticas, mas também em problemas funcionais.

A imagem ilustra a disposição normal dos músculos retos abdominais e a presença do afastamento entre esses músculos, caracterizando uma diástase.

O que causa a diástase abdominal?

O afastamento central entre os músculos retos abdominais pode ser desencadeado por um aumento na pressão intra-abdominal, independentemente de sua origem. Isso é mais comum durante a gravidez e em situações de ganho excessivo de peso. Durante a gestação, além do aumento da pressão intra-abdominal, as mudanças hormonais típicas desse período relaxam a musculatura, elevando ainda mais as chances de ocorrência da diástase. É relevante observar que, embora menos comum, a diástase dos músculos retos abdominais pode se manifestar desde a infância, decorrente de uma alteração na inserção do músculo que é mais lateral (costal), em vez de central.

Qual a intensidade da minha diástase?

A diástase abdominal pode ser classificada da seguinte forma:

  • Leve: Medindo até 3cm
  • Moderada: Entre 3 e 5cm
  • Intensa: Maior que 5cm

Quais os sintomas da diástase abdominal?

O afastamento dos músculos retos abdominais pode levar a uma fraqueza no centro da região abdominal, permitindo o deslocamento para frente das estruturas intra-abdominais. Esse deslocamento aumenta o volume abdominal nessa região, especialmente durante esforços ou atividades que aumentam a pressão abdominal. Além disso, esse deslocamento altera o eixo de equilíbrio do corpo, o que exige uma compensação dos músculos das costas, levando a sobrecarga nessa região e, por conseguinte, a dores lombares. Isso também pode dificultar o funcionamento dos grupos musculares da pelve, aumentando o potencial para problemas miccionais, como incontinência urinária de esforço.

Portanto, a diástase pode não apenas causar alterações locais na região central do abdômen, mas também afetar indiretamente outras áreas, devido às mudanças no eixo de gravidade, que sobrecarregam outros músculos e, ao mesmo tempo, diminuem a função do assoalho pélvico.

Resumindo, os principais sintomas da diástase incluem:

  1. Saliência ou abaulamento na região central do abdômen, especialmente após esforços abdominais.
  2. Sensação de “estômago alto”, quando o abaulamento é mais pronunciado na parte superior do abdômen e piora após as refeições.
  3. Incontinência urinária.
  4. Dor lombar.

Após a gestação, é possível que os músculos retornem à sua posição normal?

Estudos científicos que acompanharam mulheres antes, durante e após a gravidez revelaram que a distância entre os músculos retos abdominais tende a aumentar durante o período gestacional, especialmente no terceiro trimestre. Após o parto, as mulheres podem reduzir essa separação entre os músculos retos abdominais, mas raramente retornam à distância original que tinham antes da gravidez. Portanto, é razoável esperar que persista algum grau de diástase durante a gestação, com a intensidade diminuindo no período pós-parto. No entanto, é improvável que os músculos voltem à posição pré-gravidez sem algum tipo de tratamento.

É crucial destacar que, mesmo que os músculos não retornem completamente à posição original, a redução na abertura, mesmo que parcial, pode ser suficiente para que o tratamento não seja necessário. Portanto, é aconselhável passar por uma avaliação com um especialista para determinar se algum tipo de tratamento é indicado ou se a condição pode ser gerenciada de forma eficaz sem intervenção.

Como é realizado o diagnóstico da diástase?

O diagnóstico da diástase do músculo reto é estabelecido por meio da análise da história clínica e do exame físico da paciente. O principal indicador é a presença de uma protrusão na região central do abdômen, que se torna mais evidente durante atividades que aumentam a pressão intra-abdominal. Geralmente, o exame físico é suficiente para confirmar o diagnóstico.

Em casos em que há dúvidas durante o exame físico ou quando se faz necessário uma medição precisa da separação entre os músculos, exames de imagem, como ultrassom, tomografia ou ressonância magnética, podem ser empregados. Esses exames auxiliam na confirmação do diagnóstico e na quantificação do afastamento entre os músculos. Além disso, podem ser úteis após o tratamento para avaliar sua eficácia e a redução da diástase.

Qual é o tratamento para a diástase do músculo reto?

É importante enfatizar que, no caso de pacientes que desenvolveram diástase do músculo reto durante a gravidez, a maioria das mulheres apresenta uma redução significativa na abertura entre os músculos após o parto, o que não requer tratamento.

Também é relevante esclarecer que pacientes assintomáticos e com diástase leve (inferior a 3 cm) geralmente não necessitam de tratamento. No entanto, para aqueles que possuem uma diástase de mais de 3 cm, abaulamento na região central do abdômen, diástase associada a hérnias na parede abdominal ou que experimentam sintomas secundários, como dor lombar e disfunções no assoalho pélvico, o tratamento é indicado. Diversas opções terapêuticas estão disponíveis para o tratamento da diástase:

Exercícios

Recomendados para pacientes sem flacidez abdominal, sem hérnias na parede abdominal e com diástase leve de até 3 cm.

Plicatura do músculo reto abdominal minimamente invasiva

Indicada para pacientes que não apresentam flacidez abdominal e têm diástase moderada ou intensa. Também pode ser uma opção para aqueles que não obtiveram sucesso com o tratamento por meio de exercícios.

Abdominoplastia

Esta intervenção é apropriada para casos de flacidez abdominal, pois aborda simultaneamente o excesso de pele, gordura localizada e a abertura dos músculos.

A escolha do tratamento apropriado dependerá das características específicas de cada paciente e deve ser discutida com um profissional de saúde qualificado após uma avaliação completa.

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Médico pela UFPR, cirurgião plástico pela UFPR, sócio-proprietário da Clínica Bellage e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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4 Responses
  1. Eliane Gonçalves da costa

    Tive trombose venosa a 11 meses e descobri agora que tenho diástase reto abdominal de 5,5 cm posso fazer abdominoplastia?

    1. Olá Eliane,

      Em geral, pessoas com histórico de trombose venosa não estão proibidas de realizar cirurgias, incluindo a abdominoplastia. No entanto, elas estão em um grupo de pacientes com risco aumentado de desenvolver trombose e tromboembolismo pulmonar, o que exige uma preparação cuidadosa antes do procedimento cirúrgico.

      Primeiramente, é fundamental eliminar quaisquer fatores de risco adicionais, como o uso de cigarro e contraceptivos orais. Além disso, é crucial que o paciente seja avaliado por um especialista, geralmente um cirurgião vascular ou angiologista, que investigará a causa da trombose e orientará o cirurgião plástico sobre as precauções necessárias a serem adotadas.

      Normalmente, o paciente é orientado a utilizar meias anti-trombose e botas de compressão intermitente, bem como a fazer uso de anticoagulantes. Também é recomendável evitar procedimentos cirúrgicos prolongados ou combinados, como a combinação de abdominoplastia com mamoplastia ou abdominoplastia com lipoaspiração em várias áreas do corpo.

      Essas medidas visam garantir a segurança do paciente durante o procedimento cirúrgico e reduzir o risco de complicações relacionadas à trombose. É importante seguir rigorosamente as orientações médicas e cooperar com todos os profissionais de saúde envolvidos em seu cuidado para garantir um processo cirúrgico seguro e bem-sucedido.

  2. Edilene

    Boa tarde fiz uma usg e descobri que tenho diastese 3 5 e uma hernia de parede umbilical o que devo fazer sobre tudo isdo mom ajude por favor?

    1. Ola Edilene,

      Você mencionou que possui duas condições, a diástase do músculo reto abdominal e uma hérnia umbilical. Em relação à diástase do músculo reto, é importante ressaltar que o tratamento não necessariamente envolve cirurgia. A decisão sobre o tratamento dependerá de diversos fatores. Diástases mais intensas, geralmente acima de 5cm, podem ter implicações funcionais, como dores nas costas e incontinência urinária, o que poderia indicar a necessidade de cirurgia. Além disso, alguns pacientes podem optar pela cirurgia de correção de diástase devido a preocupações estéticas, como o abaulamento na região central do abdômen (estômago alto). Por outro lado, outros pacientes com diástase podem conviver bem e sem incômodos, optando por não realizar a correção cirúrgica.

      No caso da hérnia umbilical, é crucial destacar que essa condição geralmente requer tratamento cirúrgico. A razão para isso está no risco de encarceramento e estrangulamento do conteúdo da hérnia, o que pode representar um sério problema de saúde. Portanto, a correção cirúrgica é geralmente recomendada para hérnias umbilicais.

      Quanto à sua pergunta sobre qual tratamento seguir, você tem algumas opções. Uma delas é realizar apenas a correção da hérnia umbilical sem tratar a diástase. No entanto, também é possível aproveitar a cirurgia da hérnia umbilical para corrigir a diástase do músculo reto abdominal, se necessário. Essa correção combinada pode ser feita por meio de uma abdominoplastia, especialmente se você tiver flacidez abdominal. Nesse procedimento, é retirado o excesso de pele, e a diástase do músculo reto e a hérnia umbilical podem ser corrigidas simultaneamente.

      Se você não tiver flacidez abdominal, é possível corrigir a diástase e a hérnia através da videolaparoscopia, o que elimina a necessidade de uma incisão maior, como na abdominoplastia.

      Em última análise, a escolha do tratamento deve ser feita em conjunto com um cirurgião experiente, após uma avaliação completa que leve em consideração seus sintomas, preocupações estéticas e sua saúde geral. O médico poderá aconselhá-lo sobre a melhor abordagem para o seu caso específico.

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