A globalização fez com que as culturas ocidentais e orientais interagissem em uma maior intensidade. Essa convivência trouxe um maior interesse da população asiática pela cirurgia plástica, principalmente mulheres jovens orientais, que “buscam um padrão de beleza mais ocidental”. Assim surgiu o conceito de cirurgia de ocidentalização.
Particularmente, acho esse termo “ocidentalização” errado já que pode passar a impressão que orientais buscam um padrão de beleza ocidental, quando na verdade eles querem manter sua identidade étnica, suavizando certos estigmas que, às vezes, são mais intensos.
Esses estigmas são a ausência ou presença mais inferior de um sulco localizado na pálpebra superior, isso faz com que as bolsas de gordura se localizem mais inferiormente, trazendo a impressão de olhos menores e inchados além de uma prega (sobra de pele) na parte medial da órbita, escondendo assim a carúncula. Essas alterações estão presentes na minoria dos asiáticos e quando incomodam é possível corrigi-las, mantendo a identidade e a beleza oriental.
Como é realizado a blefaroplastia em asiático?
A cirurgia é realizada no centro cirúrgico, sob anestesia local, e podendo ou não associar algum tipo de sedação.
A blefaroplastia convencional consiste na retirada do excesso de pele, tanto da pálpebra superior quanto inferior e retirada ou reposicionamento das bolsas de gordura herniada. A blefaroplastia em asiáticos tem como objetivo principal criar um sulco na pálpebra superior que está ausente ou localizado mais abaixo. A criação deste sulco poderá ser feita em conjunto com a blefaroplastia convencional, ou seja, retirando o excesso de pele e bolsa de gordura herniada, quando indicado ou através de pontos sobre a pálpebra, sem a necessidade de corte, quando a indicação é apenas criar um novo sulco.
Como ficam as cicatrizes?
Como na cirurgia de ocidentalização não há indicação de ressecção de pele e a retirada de bolsa de gordura não é realizada através de cortes e sim pontos, não produz cicatriz. Para os casos com indicação de retirada do excesso de pele e gordura, a cicatriz é a mesma da blefaroplastia e localizada sobre o sulco palpebral, escondendo assim a cicatriz.
Quanto tempo é necessário ficar internado?
Por ser um procedimento simples, o paciente recebe alta no mesmo dia da cirurgia. Em caso de anestesia local sem sedação, a alta é logo após o procedimento. Já para os casos em que é realizado sedação junto com anestesia local, o paciente deve permanecer 6 horas em observação após a cirurgia.
Em quanto tempo são retirados os pontos?
A pele da região palpebral é a mais fina do corpo humano e por isso a cicatrização é muito rápida. Assim os pontos são retirados 5 dias após o procedimento, nos casos que foram realizados cortes. Já os casos que foram realizados apenas os pontos para criar o novo sulco, não há necessidade de retirar estes pontos.
Ocorre inchaço após a cirurgia?
Sim, como toda cirurgia e nesse caso não é diferente. Ocorre um inchaço ao redor dos olhos, com piora no segundo e terceiro dia após o procedimento e redução gradativa com o passar dos dias, permanecendo por 10 a 14 dias.
Uso de compressas com gelo, chá de camomila e drenagem linfática reduz esse inchaço.
Qual a idade ideal para realizar o procedimento?
Não existe uma idade certa para realizar o procedimento, mesmo para pacientes jovens é indicada a cirurgia, o que muda é a técnica de acordo com a idade. Pacientes asiáticos jovens que desejam suavizar o estigma oriental e sem excesso de pele ou bolsa de gordura herniada é realizado apenas os pontos para criar o novo sulco palpebral, sem cortes. Para pacientes com indicação de retirada do excesso de pele e bolsa de gordura herniada será necessário a blefaroplastia com criação do novo sulco.