Introdução
O rompimento da prótese de mama é uma evento incomum mas antes de entrar no assunto principal, vamos fazer uma breve introdução. Segundo dados da ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica), a prótese de mama é a cirurgia plástica mais realizada no mundo todo, representando 15,8% de todas as cirurgias. Em um outros estudo estatístico que reuniu dados da ISAPS e SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), o Brasil é o país que mais realiza cirurgia plástica no mundo, com cerca de 1,5 milhões de cirurgias ao ano, ultrapassando Estados Unidos e México.
No Brasil, a prótese de mama é o segundo procedimento mais realizado, com cerca de 211.287 cirurgias, ficando atrás apenas da lipoaspiração. As próteses de mama estão presentes desde 1962, passando por constantes processos de melhorias e hoje, na sua sexta geração, apresentam índices de ruptura do implante menores que anteriormente. Isso se deve, principalmente, a camada dupla de revestimento das próteses associado a um gel de silicone, no seu interior, mais coeso e que evita seu extravasamento.
Qual a chance da minha prótese romper?
Embora os pacientes tenham muito receio desta complicação, ela é incomum. A taxa de ruptura irá variar de acordo com o ano de fabricação dos implantes e do tempo que o paciente está com a prótese. Desta forma, quanto mais antiga forem as próteses e quanto maior o tempo de permanência delas no seio, maior a chance de ruptura. Dados de estudos científicos (Hölmich LR, Friis S, Fryzek JP, et al. Incidence of Silicone Breast Implant Rupture. Arch Surg. 2003;138(7):801–806. doi:10.1001/archsurg.138.7.801), apontam uma taxa de 15% de ruptura dos implantes mamários entre 3-10 anos após das colocação das próteses.
Quais são as causas do rompimento da prótese de mama?
A ruptura dos implantes de mamas podem acorrer de forma espontânea, sem um fator causal conhecido. Porém, há algumas situações que aumentam o risco da prótese se romper, as principais são:
- Acidentes de carro
- Quedas
- Acidentes de punção com agulhas: durante procedimentos de intervenção na mama
- Mamografia: É raro o exame causar ruptura, mas pode ocorrer principalmente durante a manobra de Eklund que desloca a prótese de mama, para o mamógrafo capturar uma imagem melhor do tecido mamário.
Quais os sintomas de ruptura da prótese de mama?
A maioria das rupturas de prótese de mama não apresentam nenhum sintoma e chamamos isso de ruptura silenciosa. Nesses casos, o paciente e o médico não detectam nenhuma alteração, sendo uma diagnóstico encontrado durante exame de imagem de rotina das mamas. Porém, algumas pacientes podem relatar sintomas na ruptura de prótese e os principais sinais são:
- Redução do tamanho da mama
- Alteração no formato da mama
- Dor
- Formigamento
- Inchaço
- Dormência
- Queimação
Como saber se minha prótese está rompida?
Como dizemos acima, a maioria das rupturas do implante mamário não apresenta nenhum sinal ou sintomas. Devido a isso, é importante a realização de exames de imagem de rotina para detectar de forma precoce as alterações da prótese. Os principais métodos para detecção de rompimento da prótese de mama são ultrassonografia e ressonância magnética, sendo este último o método mais eficaz. Segundo o FDA (Food and Drugs Administration), toda mulher com prótese de mama deve realizar uma ressonância nuclear magnética após 3 anos de cirurgia e repetir esse exame de 2 em 2 anos. Na suspeita de ruptura, um ultrassom ou ressonância das mamas deve ser solicitado.
Minha prótese rompeu e agora?
Primeiramente, devemos entender que toda prótese de silicone no interior da mama, cria uma camada de tecido que reveste a prótese denominada cápsula da prótese. Com base nesse entendimento, podemos ter 3 tipos de ruptura da prótese de mama:
- Intracapsula: A prótese rompeu porém a cápsula não e portanto, a ruptura está contida no interior da cápsula.
- Extracapsular: A prótese e cápsula se romperam
- Extracapsular com migração do gel: Alguns casos além de romper a prótese e a cápsula do silicone, ocorre o extravasamento e migração do gel para tecidos a distância, principalmente gânglios linfáticos. Quando o silicone está presente dentro do gânglio linfático chamamos isso de siliconoma.
Independente do tipo de ruptura, a abordagem inicial é a retirada das próteses bilateralmente, mesmo que o outro lado não tenha rompido. O paciente junto com o cirurgião irão definir se após a retirada o paciente irá trocar por implantes novos ou ficará sem implantes, podendo fazer a reconstrução das mamas com tecidos do próprio corpo. Para casos de extravasamento do gel, o cirurgião pode removê-los, mas nem sempre isso é necessário. Se você têm uma prótese com ruptura e suspeita disso, procure um cirurgião plástico especialista.
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