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Drenos em Abdominoplastia: Por Que Ainda São Essenciais?

Introdução

Se há um tema que gera discussões e divergências no mundo da cirurgia plástica, é a utilização de drenos em abdominoplastias. Em meio a avanços tecnológicos e abordagens inovadoras, cirurgiões têm explorado diferentes métodos para aprimorar a experiência pós-cirúrgica de seus pacientes. No entanto, a questão persiste: são realmente necessários os drenos em procedimentos de abdominoplastia?

Ao passo que alguns profissionais defendem a realização da cirurgia sem a utilização desses dispositivos, outros argumentam veementemente sobre os benefícios cruciais que os drenos oferecem. Neste artigo, vamos explorar a fundo o papel dos drenos na abdominoplastia, desmistificar conceitos e oferecer uma visão abrangente sobre por que, em muitos casos, eles continuam a ser elementos essenciais para uma recuperação bem-sucedida.

Prepare-se para descobrir a ciência por trás da escolha dos drenos, entender seus benefícios na redução de complicações pós-operatórias e desvendar os mitos que circundam a utilização destes dispositivos em uma das cirurgias estéticas mais populares: a abdominoplastia.

O que são drenos cirúrgicos?

Os drenos cirúrgicos são dispositivos tubulares flexíveis e estéreis utilizados para remover o acúmulo de fluidos, como sangue e exsudato, que pode se acumular no local da cirurgia. Esses tubos são geralmente feitos de silicone ou material similar e são conectados a um reservatório ou bolsa externa que coleta os fluidos drenados.

A função principal dos drenos cirúrgicos é prevenir a formação de hematomas (excesso de sangue) e acúmulo de fluidos nos tecidos operados. Durante uma abdominoplastia, por exemplo, o cirurgião pode posicionar estrategicamente os drenos na área tratada para garantir a remoção eficiente de qualquer excesso de líquido que possa se acumular no espaço criado pela cirurgia.

Esses dispositivos desempenham um papel crucial no processo de cicatrização, minimizando o risco de complicações pós-operatórias. Embora seu uso possa variar dependendo do tipo de cirurgia e da preferência do cirurgião, os drenos cirúrgicos são frequentemente empregados para promover uma recuperação mais segura e eficaz, auxiliando na redução do inchaço e proporcionando um ambiente propício para a cicatrização adequada

Imagem ilustrativa de um dreno de sucção utilizado em cirurgias, como na abdominoplastia.

Como os drenos cirúrgicos funcionam?

Os drenos cirúrgicos desempenham um papel crucial no processo pós-operatório ao facilitar a remoção de líquidos acumulados nas áreas cirúrgicas. Seu funcionamento é relativamente simples, mas essencial para promover uma recuperação saudável. Aqui está uma explicação sobre como os drenos cirúrgicos funcionam:

Captura de Fluidos:

Durante a cirurgia, os drenos são colocados estrategicamente na área operada. Estes tubos flexíveis são conectados a uma extremidade a uma cavidade ou espaço dentro do corpo, onde os fluidos podem se acumular.

Conexão a Reservatórios Externos:

A outra extremidade dos drenos é conectada a um reservatório externo ou bolsa coletora. Essa bolsa é projetada para armazenar os fluidos drenados do local da cirurgia.

Gravidade e Sucção:

Os drenos podem funcionar por gravidade, permitindo que os fluidos fluam naturalmente para a bolsa de coleta devido à diferença de pressão. Além disso, alguns drenos podem ser equipados com um sistema de sucção suave, criando um vácuo que ajuda a extrair os fluidos de maneira mais eficaz.

Monitoramento e Manutenção:

Durante o período pós-operatório, a equipe médica monitora regularmente a quantidade e a natureza dos fluidos coletados. Isso fornece informações valiosas sobre a evolução da cicatrização e ajuda a detectar qualquer sinal de complicações.

Remoção Cautelosa:

Quando os fluidos acumulados atingem um nível aceitável, o cirurgião decide remover os drenos. Esse processo é geralmente realizado de forma cuidadosa e indolor.

Em resumo, os drenos cirúrgicos atuam como canais de drenagem, permitindo a evacuação controlada de fluidos indesejados, contribuindo assim para um processo de cicatrização mais eficiente e reduzindo o risco de complicações pós-operatórias.

Por quanto tempo é necessário utilizar os drenos cirúrgicos?

A duração necessária para a utilização dos drenos cirúrgicos varia conforme o tipo de cirurgia e a resposta individual do paciente ao processo de cicatrização. Em geral, o tempo de permanência dos drenos em abdominoplastias varia de 3 a 5 dias. A decisão de remover os drenos é tomada pelo cirurgião com base na quantidade e na natureza dos fluidos drenados, bem como na avaliação do progresso da recuperação do paciente.

É importante ressaltar que cada caso é único, e o cirurgião monitorará de perto a evolução pós-operatória. Assim que for determinado que a quantidade de fluidos drenados atingiu um nível considerado aceitável e que a cicatrização está ocorrendo conforme o esperado, os drenos podem ser cuidadosamente removidos. É crucial seguir as orientações pós-operatórias fornecidas pelo cirurgião para garantir uma recuperação segura e eficaz.

É verdade que existe uma técnica de abdominoplastia que dispensa o uso de drenos?

Sim, é verdade. Essa técnica surgiu a partir de pequenas modificações ao longo dos anos na técnica de abdominoplastia clássica. A primeira alteração significativa ocorreu em 1998, quando o Dr. Ricardo Baroudi, um renomado cirurgião brasileiro com reconhecimento internacional, pioneiramente introduziu o uso de suturas de adesão para reduzir o acúmulo de líquidos em abdominoplastias. Em 2000, o Dr. Pollock refinou os pontos de Baroudi, desenvolvendo o que ficou conhecido como Sutura de Tensão Progressiva.

Posteriormente, foram incorporadas novas estratégias durante o procedimento para reduzir ainda mais o acúmulo de líquidos, tais como o uso controlado de eletrocautério, uma hemostasia rigorosa e o descolamento do abdômen em um plano mais superficial. Portanto, as principais modificações na técnica clássica que possibilitaram a realização de abdominoplastias sem dreno foram:

  1. Pontos de adesão criados pelo Dr. Baroudi e refinados pelo Dr. Pollock.
  2. Descolamento abdominal em um plano mais superficial, com o objetivo de preservar a rede de drenagem dos vasos linfáticos e veias.
  3. Uso controlado do eletrocautério.

Com a incorporação dessas modificações na abdominoplastia clássica, estudos subsequentes com forte embasamento científico demonstraram que era possível realizar o procedimento sem a necessidade de drenos, mantendo o mesmo índice de formação ou acúmulo de líquidos. No entanto, apesar da adoção dessas modificações por muitos cirurgiões, ainda é comum a manutenção do uso de drenos.

É crucial observar que a decisão de utilizar ou não drenos pode depender da preferência e experiência do cirurgião, assim como das características específicas de cada paciente e do procedimento realizado. A escolha entre técnicas com ou sem drenos será discutida entre o cirurgião e o paciente durante a consulta pré-operatória, considerando fatores como o tipo de abdominoplastia, a extensão da cirurgia e as condições individuais de cicatrização.

Por que cirurgiões ainda utilizam drenos em abdominoplastia sabendo da existência de uma técnica que permite não utilizar?

É fundamental compreender que, assim como a abdominoplastia evoluiu significativamente nos últimos anos, a lipoaspiração também passou por transformações consideráveis em suas técnicas. O surgimento de tecnologias destinadas a auxiliar os cirurgiões na obtenção dos melhores resultados também introduziu novos fatores de risco. Atualmente, praticamente todas as abdominoplastias são associadas à lipoaspiração, e as técnicas modernas de lipoaspiração fazem uso de dispositivos que aprimoram a capacidade de remover a gordura e esculpir o corpo, como a vibrolipoaspiração e a Vaser lipo (lipo ultrassônica), além de tecnologias que auxiliam na retração da pele, como BodyTite, Renuvion e Argoplasma.

Essas tecnologias essencialmente trabalham aumentando a temperatura tecidual, causando uma agressão térmica controlada na região, que responde gerando um excesso de líquidos. Por conseguinte, atualmente, com a associação da lipoaspiração à abdominoplastia e a introdução de equipamentos que auxiliam na lipoaspiração, os drenos cirúrgicos voltaram a ser exigidos nesse procedimento.

Então os drenos voltaram a ser essenciais?

Isso mesmo. É perfeitamente possível realizar uma abdominoplastia sem dreno, adotando as modificações da técnica citadas acima, como pontos de adesão, descolamento em um plano mais superficial e uso controlado do eletrocautério.

No entanto, se cirurgião e paciente optarem por associar, junto com a abdominoplastia, a lipoaspiração com tecnologias modernas como Vaser Lipo, Bodytite, Argoplasma e Renuvion, a agressão tecidual que esses dispositivos ocasionam proporcionará resultados mais satisfatórios, com maior remoção de gordura, menor flacidez residual e maior contorno corporal.

Porém, em contrapartida, provocam a liberação de uma maior quantidade de líquidos, exigindo o uso de drenos nesses casos. Por isso, nas abdominoplastias associadas à lipoaspiração moderna, os drenos voltaram a ser essenciais.

Mas afinal, o dreno incomoda tanto assim?

O desconforto causado pelo dreno após uma abdominoplastia pode variar de paciente para paciente. A grande maioria relatam apenas uma sensação leve de incômodo, apenas uma pequena parcela dos pacientes podem sentir maior desconforto. As principais queixas relacionadas ao dreno incluem a sensação de puxão ou pressão na área onde está inserido, bem como a necessidade de lidar com o dispositivo ao movimentar-se.

É importante destacar que o desconforto associado ao dreno é temporário e, na maioria dos casos, diminui à medida que o tempo passa. Além disso, muitos pacientes consideram o desconforto do dreno como um aspecto menor quando comparado aos benefícios que ele pode proporcionar na prevenção de complicações pós-cirúrgicas, como acúmulo de fluidos e hematomas.

A remoção do dreno causa dor?

O processo de retirada costuma ser rápido e, em geral, não é descrito como doloroso. É importante comunicar qualquer preocupação ou sensação desconfortável ao profissional de saúde responsável pela remoção do dreno, para que eles possam garantir o máximo conforto durante o procedimento. Vale ressaltar que a experiência individual pode ser influenciada por fatores como a sensibilidade do paciente e a técnica utilizada para a fixação do dreno.

Conclusão

Em síntese, os drenos desempenham um papel crucial na prevenção de complicações pós-cirúrgicas durante a abdominoplastia, favorecendo uma recuperação segura e eficaz. Embora modificações nas técnicas tenham possibilitado procedimentos sem o uso de drenos, a introdução da lipoaspiração moderna com tecnologias específicas reintroduziu a necessidade dos drenos para garantir uma recuperação mais segura. A decisão sobre o uso desses dispositivos é individualizada, discutida entre cirurgião e paciente na consulta pré-operatória, sendo influenciada por vários fatores. O desconforto temporário associado aos drenos deve ser ponderado em relação aos benefícios proporcionados para a preservação da integridade do procedimento cirúrgico.

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Médico pela UFPR, cirurgião plástico pela UFPR, sócio-proprietário da Clínica Bellage e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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