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Os Riscos do PMMA em Procedimentos Estéticos: O Caso de Maíra Cardi e Minhas Recomendações

Nos últimos dias, a influenciadora Maíra Cardi compartilhou com seus seguidores uma experiência preocupante envolvendo o uso do polimetilmetacrilato (PMMA) em seu rosto. Ela relatou que uma dermatologista aplicou o produto sem que ela soubesse, resultando em complicações sérias que a levaram a considerar uma cirurgia corretiva. Esse episódio chama a atenção para a importância da informação e da escolha de produtos adequados em procedimentos estéticos.

O Caso de Maíra Cardi

Maíra relatou em suas redes sociais que, em 2009, realizou um procedimento estético no rosto sem saber que seria utilizado PMMA, um polímero sintético. Segundo ela, uma dermatologista aplicou o produto sem informá-la adequadamente sobre os riscos, e seu corpo acabou rejeitando o material, gerando inflamação, deformidade e complicações sérias que agora necessitam de cirurgia corretiva. Ela descreveu os efeitos adversos, como a perda de circulação e necrose, que podem ocorrer em casos de rejeição.

Esse tipo de relato não é isolado. Outras figuras públicas, como Andressa Urach, também passaram por complicações graves devido ao uso do PMMA, trazendo à tona a importância de um diálogo transparente e responsável entre paciente e profissional.

Maíra Cardi relata complicações após aplicação de PMMA no rosto e alerta sobre os riscos do uso do produto em procedimentos estéticos.

O Que é PMMA?

O polimetilmetacrilato (PMMA) é um polímero sintético utilizado na medicina há várias décadas, principalmente para tratar condições como lipodistrofia, mas também para preenchimentos estéticos. Ele é conhecido por ser um material permanente, o que significa que, uma vez aplicado, não é reabsorvido pelo corpo. Essa característica aumenta os riscos a longo prazo, já que qualquer complicação pode ser difícil de tratar.

Quais os Riscos?

O uso de PMMA para fins estéticos está associado a uma série de riscos graves:

  • Rejeição do Corpo: Como relatado por Maíra Cardi, o corpo pode rejeitar o produto, resultando em inflamação crônica.
  • Granulomas: São nódulos que se formam em resposta ao produto, gerando dor e deformidade.
  • Necrose: A obstrução da circulação sanguínea pode levar à morte dos tecidos, causando cicatrizes ou deformações permanentes.
  • Migração do Produto: Em alguns casos, o PMMA pode se deslocar para outras áreas, resultando em irregularidades estéticas.
  • Infecções: O PMMA pode ser um fator de risco para infecções severas, algumas das quais podem ser fatais se não tratadas a tempo.

O Produto é Regular?

No Brasil, a Anvisa aprova o uso de PMMA apenas em situações específicas, como no tratamento de lipodistrofias. No entanto, seu uso para preenchimentos estéticos tem gerado controvérsias, justamente pelos riscos mencionados. A aplicação de PMMA em áreas sensíveis como o rosto, por exemplo, requer extrema cautela, e muitos profissionais da área de saúde recomendam evitar o produto para esse tipo de finalidade.

O Que Dizem as Sociedades Médicas?

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e outras entidades médicas têm se posicionado com grande cautela em relação ao uso de PMMA em procedimentos estéticos. Embora ele seja permitido em alguns casos, é consenso que seu uso deve ser evitado para preenchimentos faciais e corporais, justamente por conta das complicações a longo prazo, que podem ser difíceis de reverter.

Leia a nota oficial da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) sobre os riscos do uso do PMMA em procedimentos estéticos e a recomendação contra sua aplicação.

Qual Minha Opinião?

Como cirurgião plástico, não recomendo o uso de PMMA para fins estéticos, especialmente para preenchimentos faciais. Os riscos associados ao produto, como rejeição, inflamação crônica e até necrose, são altos demais para serem ignorados. A substância, por ser permanente, dificulta muito a correção de qualquer problema que possa surgir. Minha prioridade é sempre a segurança do paciente, e, por isso, recomendo alternativas mais seguras e reversíveis.

Qual Produto Utilizar?

Em vez do PMMA, recomendo o uso de ácido hialurônico para procedimentos de preenchimento. O ácido hialurônico é um material biocompatível e absorvível pelo corpo ao longo do tempo. Isso significa que, caso o paciente não goste do resultado ou desenvolva qualquer complicação, o produto pode ser removido ou reabsorvido de forma natural, sem grandes riscos.

Além disso, o ácido hialurônico possui uma série de vantagens:

  • É reversível: Em caso de insatisfação ou complicação, existe uma enzima chamada hialuronidase que dissolve o ácido hialurônico rapidamente.
  • Estimula o colágeno: Embora seja absorvido pelo corpo, o ácido hialurônico pode estimular a produção natural de colágeno, melhorando a textura da pele.
  • Efeitos naturais: Quando aplicado corretamente, o ácido hialurônico oferece resultados naturais e sutis, sem o risco de deformidade a longo prazo.

Conclusão

O caso de Maíra Cardi é um alerta sobre os perigos do uso de PMMA em procedimentos estéticos. O material, apesar de aprovado para algumas finalidades, carrega riscos que podem comprometer a saúde e a aparência dos pacientes. Por isso, não recomendo o uso de PMMA para fins estéticos e oriento a escolha de alternativas mais seguras, como o ácido hialurônico. Sempre que considerar um procedimento estético, converse com um profissional qualificado, informe-se sobre os produtos que serão utilizados e priorize sua saúde e segurança.

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Médico pela UFPR, cirurgião plástico pela UFPR, sócio-proprietário da Clínica Bellage e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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